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Análise de caso: A Herança de Clodovil

Camila Lavaqui

Clodovil Hernandes, falecido em março de 2009, aos 71 anos, foi um grande apresentador, estilista e político brasileiro. Durante toda a sua carreira, sempre se manteve nos holofotes por ser polêmico, contraditório e sem “papas na língua”.

 Em vida, acumulou grande patrimônio em dinheiro, mas também perdeu boa parte, devido a derrotas em processos judiciais e, principalmente, aos gastos com o estilo de vida extravagante que levava.

 O estilista, que não teve filhos e nunca se casou, e, quando se foi já tinha os pais falecidos, deixou testamento destinando todos os seus bens à criação da Casa Clô, entidade beneficente e memorial, designada a ajudar meninas carentes.

 No entanto, a Casa Clô nunca foi inaugurada, uma vez que o processo de inventário ainda não teve fim, mesmo após 10 anos da morte de Clodovil. Isso, pois um de seus ex-funcionários alegou que possuía uma união estável com o apresentador.

 A escolhida para ser inventariante e administrar os bens foi a advogada Maria Hebe Pereira de Queiroz. Já o Instituto Clodovil Hernandes, que contém peças da época de estilista, é administrado pelo ex-assessor, Maurício Petiz.

 Seu patrimônio era composto por uma mansão de mais de quatro mil metros quadrados no litoral de São Paulo, em Ubatuba, e uma em Granja Viana, bairro nobre na zona sul da cidade de São Paulo. Parte da mansão de Ubatuba foi demolida, por ordem judicial, uma vez que estava construída sobre uma reserva ambiental. Em 2012, o imóvel foi a leilão para quitação de dívidas, e arrematado por aproximadamente R$750 mil (seu valor real era de R$1,5 milhão). A casa da Granja Viana foi vendida por R$560 mil, pois estava muito deteriorada. A quantia está depositada judicialmente. Além dos imóveis, o apresentador possuía diversos bens móveis, mas estes também foram leiloados pelo mesmo motivo.

 Outros ex-funcionários entraram na disputa judicial para conseguir parte da fortuna. Em 2015, o patrimônio que restava foi avaliado em R$3,7 milhões. No mesmo período, a prefeitura de Ubatuba reivindicou quase R$200 mil, referente a IPTU atrasado do imóvel no município.

 Além das dívidas, Clodovil deixou alguns desafetos, que decidiram buscar indenizações, tanto trabalhistas, quanto cíveis. Entre eles, a ex-vereadora de São Paulo, Claudete Alves da Silva, almejava receber R$30 mil, pois alegava ter sido ofendida pelo estilista. Além dela, a ex-prefeita Marta Suplicy também queria receber indenização, mas de R$200 mil.

 Os advogados de Clodovil esclareceram que, após feitas as contas, o político havia deixado mais dívidas do que bens. Todavia, o restante do patrimônio do apresentador segue bloqueado pela justiça.

 A luta de Maria Hebe e Maurício é para manter a imagem e memória do apresentador vivas, para que, quem sabe um dia, essa trama tenha uma resolução.

Bibliografia

DORNELLES, Camille. “Gugu: Veja outras 5 heranças de famosos que viraram briga.” Em fevereiro de 2020. Disponível em: https://pleno.news/entretenimento/gugu-veja-outras-5-herancas-de-famosos-que-viraram-briga.html. Acesso em 07 de agosto de 2020.

Notícias ao Minuto. “Fortuna de Clodovil continua bloqueada dez anos depois de sua morte.” Em abril de 2019. Disponível em: https://gazetaweb.globo.com/portal/noticia/2019/04/_74803.php. Acesso em 07 de agosto de 2020.

Redação. “Exclusivo! Herança de Clodovil ainda é problema mesmo após 10 anos da morte.” Em janeiro de 2020. Disponível em: https://www.sbt.com.br/jornalismo/fofocalizando/noticia/135549-exclusivo-heranca-de-clodovil-aindaeproblema-mesmo-apos-10-anos-da-morte. Acesso em 07 de agosto de 2020.

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